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Comentadores

6 de Agosto de 2020


A SIC acabou com os programas de desporto assentes em comentadores que representavam clubes. Fez bem. E a TVI acompanhou a SIC, revelando idêntico bom senso. Eram programas maioritariamente protagonizados por grunhos, gente cega, incapaz de comentar com racionalidade e de perceber o forte contributo que deu para a má imagem do futebol. A má língua deu cabo deles próprios. Tudo está bem quando acaba bem. (Waldemar Abreu)

Deviam, os responsáveis pelas TV´s, aproveitar a onda e fazerem acertos na área do comentário político. Não que seja frequentada por grunhos, mas há por ali muito comentador que não acrescenta um avo à matéria.

Na SIC há dois comentadores que cheiram logo a esturro – Marques Mendes e José Miguel Júdice. Apostava singelo contra dobrado em como, em ambos os casos, os convites para o comentário foram soprados à direcção de Informação.  Só por isso, estavam condenados.

Júdice está cheio dele próprio. Marques Mendes, com aqueles seus gestos estridentes, faz-me lembrar um “roberto”, aqueles bonecos dos teatrinhos de rua que nos meus tempos de infância surgiam do nada numa qualquer praceta do Porto e que desatavam a dar uma toladas vigorosas com tonitruantes vozes de falsete. Amiga minha diz que ele lhe faz lembrar é um matraquilho. Também não está mal visto.

O espaço de intervenção de Marques Mendes tem vindo, progressivamente, a ser retardado. Sopram-me que as audiências do Jornal da Noite, ao domingo, estavam a ir por aí abaixo, por via da concorrência – Paulo Portas e Poiares Maduro. Daí o aparecimento cada vez mais tarde, procurando encostar-se o máximo a Ricardo Araújo Pereira.

Na RTP, Poiares Maduro foi bem achado. Mas uma parceria com Paulo Pedroso seria bem mais interessante do que aquela que faz com João Soares. São duas cabeças mais niveladas. Custa perceber como é que Paulo Pedroso, mas também Viriato Soromenho Marques e António Costa e Silva não são comentadores residentes em qualquer canal de TV generalista.

Já Pedro Norton e João Taborda da Gama, ainda na RTP, dificilmente se percebe os critérios para a sua escolha. Dívidas antigas podem ajudar a perceber essas escolhas.

Na TVI, Jorge Coelho deixa a Circulatura do Quadrado, evocando razões pessoais e profissionais. Presumo perceber as razões pessoais. Tiro-lhe o chapéu.

Waldemar Abreu, “Jornal de Barcelos”, 5 agosto 2020

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