Comunicação do falecimento do coronel Diamantino Getrudes da Silva pela A25A
Car@s associad@s
Militar de Abril de todas as horas, o Gertrudes da Silva foi o mais antigo dos quatro capitães que em Viseu, no RI14, desenvolveram grande actividade no Movimento dos Capitães. Actividade que alargaram a toda a Zona Centro, como dinamizadores da conspiração. As suas militâncias envolveram então oficiais de Lamego, Guarda, Coimbra, Aveiro, para só referir as mais significativas.
O facto é que o “núcleo” do RI14 (Gertrudes da Silva, Aprígio Ramalho, Ferreira do Amaral e Silveira Costeira) constituiu-se como um dos pólos de onde irradiaram os valores e os empenhamentos que nos levariam à acção do 25 de Abril de 1974, onde libertámos Portugal e lançámos os alicerces para a Democracia, a Paz e o Desenvolvimento.
Nas operações militares do 25 de Abril, Gertrudes da Silva sairia do RI14 à frente de uma companhia comandada pelo Costeira que, juntamente com as forças oriundas de Aveiro e Figueira da Foz constituíram o Agrupamento November, que Gertrudes da Silva comandou, e que teria papel determinante em Peniche (onde controlou o Forte de má memória) e também em Lisboa.
Depois dessa manhã libertadora, Gertrudes da Silva empenhou-se profundamente – sempre no RI14 – no processo de consolidação da Liberdade e da Democracia, transformando-se num dos Capitães de Abril mais respeitados no seio dos seus camaradas.
Sócio fundador da Associação 25 de Abril, Gertrudes da Silva manteve-se fiel aos valores de Abril – como bem o expressa nos livros que escreveu, “Deus, Pátria e… a Vida”, “Quatro Estações em Abril”, “A Pátria ou a Vida”, “Tempos sem Remição” – e apesar dos “maus tratos” que sofreu por parte da chefia do Exército (a sua acção no PREC, do lado dos “vencidos”, não lhe foi perdoada e com isso se perdeu o que poderia ter sido um dos melhores generais do Exército Português…), nunca desistiu de pugnar pelos valores da Liberdade, da Democracia, da Justiça Social, da Paz e do Desenvolvimento.
Portugal ficou mais pobre. Perdeu mais um dos pais da Liberdade e da Democracia. Os militares de Abril e a Associação 25 de Abril perderam um dos seus melhores. Pessoalmente, vejo partir mais um grande Amigo.
Até sempre, caro Diamantino.
Um grande, abraço, muito amigo
Vasco Lourenço
P.S.
Informa-se que o velório será hoje na Igreja Nova (Avenida Infante D. Henrique, Viseu), saindo o féretro amanhã, às 14h00, para o cemitério de Vila Nova de Paiva, onde se realizará o funeral às 16h00.
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