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RTP: Algumas coisas vão mudar para continuar tudo na mesma

A Assembleia da República começa a discutir a 7 de Fevereiro os novos estatutos da RTP e as consequentes alterações às leis da televisão e da rádio. O eixo central desta arquitectura normativa é uma proclamada desgovernamentalização da RTP, objectivo em que ninguém acredita e que o articulado conhecido não garante. Uma lacuna essencial é a falta de uma política de admissões e contratações que rompa com o sistema de conhecidos, confrades e comissionados políticos. Um sistema que permitiu, ao longo dos anos, as interferências governamentais e partidárias na informação, com a perversa particularidade de criar uma estrutura que acaba funcionando, muitas vezes, na presunção do que se espera que faça. Pior, essa estrutura é um caldo de cultura da mediocridade, com os efeitos nefastos que são bem conhecidos, designadamente, a asfixia do conjunto de excelentes profissionais que existem na rádio e na televisão públicas. Sabendo-se que as interferências ilegítimas se concretizam ao nível operacional, é nesse domínio que elas têm que ser travadas, independentemente das disposições cor-de-rosa sobre administradores e conselheiros. Um bom meio de saber o que está em causa é ler o que no “Público” de domingo se escreve sobre a actualidade do serviço público. (JAG)

» Governo manterá poder sobre administração da RTP [1] (“Público”)