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Candidaturas abertas para o Prémio de Jornalismo Daphne Caruana Galizia

5 de Maio de 2022


O prazo de candidaturas ao Prémio de Jornalismo Daphne Caruana Galizia está já a decorrer e termina no próximo dia 31 de julho.

Este prémio, promovido pelo Parlamento Europeu, premia anualmente o jornalismo de excelência que promova ou defenda os princípios e valores fundamentais da União Europeia, tais como a dignidade humana, a liberdade, a democracia, a igualdade, o Estado de direito e os direitos humanos.

A jornalista Patrícia Fonseca, em representação do Clube de Jornalistas, integrou o júri internacional do Prémio no ano passado, quando este foi atribuído pela primeira vez pelo Parlamento Europeu, tendo sido premiados os jornalistas do Projecto Pegasus, coordenado pelo consórcio Forbidden Stories (Histórias Proibidas). Este trabalho, que envolveu mais de 80 jornalistas de 17 jornais em 10 países (entre eles o Guardian e o Washington Post), provou que os telefones de mais de 200 jornalistas, 14 chefes de Estado e dezenas de figuras políticas eram espiados por países e multinacionais usando tecnologia (spyware) da empresa israelita NSO.

A presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, lembrou que “a Europa está ao lado daqueles que procuram a verdade” e que “a caneta de Daphne foi silenciada porque ela estava a desvendar a verdade”. “Nunca devemos permitir que jornalistas se tornem alvos ou vítimas”, sublinhou. Com este prémio, garantiu Metsola, “o Parlamento Europeu continuará a defender a liberdade de expressão, a pluralidade dos meios de comunicação social e o jornalismo de qualidade e ajudará a transmitir estes valores às gerações futuras”.

O prémio está aberto a jornalistas profissionais e equipas de jornalistas profissionais de qualquer nacionalidade para submeterem peças aprofundadas que tenham sido publicadas ou transmitidas por meios de comunicação social sediados num dos 27 países da União Europeia. O objetivo é apoiar e destacar a importância do jornalismo profissional na salvaguarda da liberdade e da igualdade.

Um júri independente, composto por representantes da imprensa e da sociedade civil e das principais associações europeias de ornalismo, escolhe o trabalho vencedor. A cerimónia de entrega dos prémios tem lugar todos os anos por volta do dia 16 de outubro, data em que Daphne Caruana Galizia foi assassinada.

A distinção e os 20.000€ de prémio monetário demonstram o forte apoio do Parlamento Europeu ao jornalismo de investigação e à importância da imprensa livre. Ao longo dos últimos anos, o Parlamento tem alertado para as tentativas de minar o pluralismo dos meios de comunicação social, tanto na UE como fora desta. Os eurodeputados têm denunciado os ataques a jornalistas, em particular de políticos, e apelado à Comissão que apresente legislação contra ações judiciais abusivas. A 27 de abril, foi anunciada uma proposta para combater litígios mal-intencionados contra jornalistas e ativistas.

Os jornalistas podem submeter os seus trabalhos on-line em https://daphnejournalismprize.eu/ até 31 de julho de 2022, 12h00 (hora de Bruxelas).

Quem foi Daphne Caruana Galizia?

Daphne Caruana Galizia foi uma jornalista, blogger e ativista anticorrupção maltesa que reportou extensivamente sobre corrupção, lavagem de dinheiro, crime organizado, venda de cidadania e ligações do governo maltês aos Panama Papers. Após assédio e ameaças, foi assassinada numa explosão de um carro armadilhado a 16 de outubro de 2017. A indignação pela forma como as autoridades lidaram com a investigação do seu assassinato conduziu à renúncia do então Primeiro-Ministro maltês, Joseph Muscat. Críticos das falhas na investigação, os eurodeputados apelaram à Comissão Europeia para que tomasse medidas, em dezembro de 2019.

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