Falemos claro. Sabemos que não sabemos e só sabemos que não gostamos daquela ideia colonialista de jornalismo made in homens, machos, brancos e ocidentais: cowboys da liberdade ao estilo americano que vão pelo mundo denunciando o mal e promovendo o “sonho americano” de um bom jornalismo que busca a Verdade. Esse jornalismo dos 5 W’s; o do denunciar como mantra cotidiano de quem sonha em protagonizar outro Watergate, outra fuga de informação interessada disfarçada de investigação; esse jornalismo de informar sem entender; o de narrar floreado sem ofender ninguém e construir palavras tão belas quanto inofensivas; o do chamado novo (new) jornalismo que ainda se fixa no Capote, no Wolfe, no colonialista.
Não acreditamos nesse mito de que éramos machos heróicos fascinantes que procurávamos a verdade (escrita no singular e maiúscula) e que por esse ideal dogmático e enlouquecido pelo qual abandonávamos famílias para salvar mundos e vidas; esse ir em busca da guerra para salvar a democracia da paz no mundo; o de contar histórias profundas – sempre as mesmas – enquanto nos embriagávamos em hotéis de cidades e vilas de má morte. (Omar Rincón)

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