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Bolas fora no desporto da TV

2 de Março de 2021


No resumo de uma informação sobre o Barcelona, um jornalista de um dos canais de televisão pronunciou assim o nome do estádio do Barça: /camp náu/. Parece ser mais um caso da pandemia anglófona que ataca o audiovisual português há umas três décadas. Na dúvida, pronunciam as palavras estrangeiras à inglesa, com uma afectação na pronúncia que não aplicam às palavras portuguesas. Uma mania recorrente, por exemplo, é a abertura de todos os ‘O’ iniciais, o que deu origem a um disparate fonético que ouvi ontem – o mês de outubro pronunciado como /ótubro/ . Voltando ao Camp Nou (Campo Novo em português), a pronúncia correcta em catalão é /kam nôu/. (JAG)

Camp Nou

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2 Comentários »

  • Júlia said:

    Há tantos casos de nomes estrangeiros que entram na língua aportuguesados ou por influência de outras línguas, que me parece que esta questão não tem importância nenhuma. Na verdade, não somos obrigados a conhecer as pronúncias originais de todas as línguas, assim como os catalães não devem saber pronunciar estádio do Dragão. Pequim é uma aproximação do nome chinês, certamente, e há outros tantos casos. A mim preocupa-me mais a má utilização de expressões, como, por exemplo, “a maioria dos adeptos são oriundos do Porto e que tanto se ouve por aí.

  • João Alferes Gonçalves (author) said:

    D.Júlia

    Receio que não tenha percebido a natureza do comentário.
    Não estamos a falar de «nomes estrangeiros que entram na língua».
    Também não se trata de todos os cidadãos serem «obrigados a conhecer as pronúncias originais de todas as línguas».
    Os nomes estrangeiros entram na língua de duas maneiras: conservando a grafia e pronúncia original, ou com uma forma portuguesa normalizada. (Que é o caso de Pequim, note-se). Sublinho normalizada, porque as versões portuguesas de nomes estrangeiros não são criadas à vontade do freguês.
    A D. Júlia poderá entender que lhe assiste o direito de ler Washington como /váshinguetõ/, mas isso está vedado a um profissional da comunicação.
    No caso referido, a opção que se coloca a um profissional é usar a pronúncia original ou a tradução do nome do estádio para português.
    No limite da ignorância, poderá, mesmo, acontecer que alguém pronuncie palavras estrangeiras lendo-as “à portuguesa”. O que se passa com excessiva frequência.
    Ora, não só a designação de Camp Nou é universalmente conhecida e usada na sua pronúncia original como lida «à portuguesa» a palavra Nou seria obrigatoriamente lida com a mesma pronúncia do catalão.
    O que não tem qualquer justificação ou fundamento é pronunciar Náu em vez de Nou. Defender que pronunciar /Náu/ não tem importância nenhuma implica, por redução ao absurdo, a legitimição de qualquer pronúncia (Camp /Nói/, por exemplo). Bastaria ter imaginação e inventar, prática vedada a profissionais da comunicação.
    Finalmente, permito-me lembrar que os constantes atropelos à gramática nos media nascem, precisamente, da ideia de que há alguns erros que «não têm importância nenhuma».

    JAG

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