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“A minha política é o trabalho, perdão, o capital”

9 de Setembro de 2016


O título do “Público” para a notícia do eventual lançamento de dois jornais de economia é enganador: “No meio da crise, dois novos jornais de economia apostam que há mercado». O título correcto devia ser, mais ou menos, assim: “Uma ou duas dúzias de empresários investem em dois jornais de economia”.
A crise da imprensa não é para aqui chamada. A falta de leitores vai continuar e a crise também. O que deveria despertar a curiosidade do jornalista do “Público” é a razão por que tantos empresários e financeiros decidem investir milhões, agora, numa imprensa em crise e em especial num mercado sectorial tão reduzido.
As pistas estão na própria notícia. A mais visível é a explicação do director do ECO que este será «um jornal económico e financeiro, não de política». Então a economia e as finanças não são política? Essa “explicação” fez-me recordar a frase que o salazarismo instilou: “a minha política é o trabalho”. É óbvio que a política, aqui, é o capital. Ou, melhor dizendo, a política do capital. Que para isso investe em jornais. (JAG)

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