A privatização de uma frequência da RTP continua na senda do teatro do absurdo. Só assim se explica a contratação de uma empresa norte-americana para fazer «uma reflexão estratégica» sobre o serviço público de televisão. O serviço público nos EUA tem natureza diferente do que vigora na Europa e a produção teórica sobre este tema reflecte os preconceitos instalados no universo audiovisual daquele país. É verdade que se regista uma inversão da tendência e já são muitos os defensores de um reforço do serviço público, mas não parece que seja o caso dos «especialistas» do Boston Consulting Group.
Papel fulcral tem tido o ministro Relvas, cujo gabinete participa, ao lado (ou por cima?) da administração da RTP, na definição do serviço público monocanal. Ao mesmo tempo, os deputados fingem que não é nada com eles, deixando caminho livre para Ubu Relvas, personagem e encenador desta peça em vários actos. (JAG)
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