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EUA: Jornais começam a eliminar comentários anónimos na internet

Os comentários dos leitores nos sites de jornais já foram vistos como uma forma vital de atrair leitores [1] e criar a interatividade que se tornou sinônimo da Web 2.0. Mas os jornais estão agora procurando maneiras de regular as mensagens deixadas por leitores anônimos, e alguns decidiram removê-las por completo, informou a CNN [2].

O anonimato resultou em comentários de ódio, muitas vezes racistas, que “parecem rabiscos escritos na parede de um banheiro público”, diz a CNN.

Em agosto, o Buffalo News [3], de Nova York, vai começar a exigir que os leitores se registrem com um nome verificável, além de um município de residência e um número de telefone, para serem autorizados a publicar comentários online.

No Sun Chronicle [4], de Massachusetts, a opção de receber comentários foi desativada completamente em abril, depois que os editores perderam a paciência com tantas mensagens inadequadas. Agora, o jornal está permitindo comentários desde que os usuários se registrem com um cartão de crédito e paguem uma taxa única de US$ 0,99, informou a Columbia Journalism Review [5]. O nome do usuário (conforme consta no cartão de crédito) será anexado a todos os comentários postados.

Um artigo no site Gawker [6] diz que os jornais não são blogs e, portanto, não deveriam permitir comentários de usuários.

No entanto, Derek Thompson, do Atlantic [7], argumenta que os jornalistas gostam de ver os leitores reagirem às suas matérias, mesmo com comentários negativos. Segundo Thompson, a nova política de comentários do Sun Chronicle “vai esvaziar as caixas de comentários, o que terá um efeito desanimador na redação”.

De acordo com o Editor & Publisher [8], o tom dos comentários no site do Chronicle melhorou desde que o registro obrigatório foi implementado.

(Versão em português do Brasil de um texto de Summer Harlow, no blogue Jornalismo nas Américas)