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O Juiz beato e exibicionista (Carlos Matos Gomes)

Porque é que todos os casos de justiça que caem nas mãos do juiz Alexandre se transformam num circo de exibição de acusados antes de julgamento? O juiz Alexandre sabe-se que é beato. Mas os espetáculos da exibição dos hereges antes da condenação à fogueira já foram abolidos há mais de dois séculos.

Sabe-se que é dado à exibição, mas a última exibição publica de um troféu de guerra foi o de Gungunhana, o “Leão de Gaza”, exibido com os seus ministros e famílias dentro de uma jaula, depois de desembarcados do navio Cuanza, aguardados por entidades civis, militares eclesiásticas e muito povo.

O espetáculo da detenção e do passeio acompanhado pelos modernos adeptos dos autos de fé de Luís Filipe Vieira é mais um espetáculo ultrajante da dignidade das pessoas – sejam quem forem e tenham cometido os crimes que tiverem cometido – a cargo do juiz Alexandre. Sempre ele, sempre o mesmo! Com ele não há direitos mínimos nem à presunção da inocência, nem da dignidade da pessoa. Tem de existir no Estado de Direito possibilidade de impedir este sujeito de abuso dos poderes, de humilhar, de degradar as vitimas que lhe caiam nas garras. Ele gostaria, talvez, de ser inquisidor mor… mas nós, os cidadãos não queremos que existam inquisidores mores, nem fogueiras…

Queremos, tão somente, que se respeitem as pessoas, os cidadãos, em termos constitucionais! O tribunal constitucional não tem uma palavra a dizer? Nem o Conselho Superior da Magistratura? Não se espera nada, obviamente do sindicato dos juízes. Mas espera-se da Assembleia da República.

(No Facebook de Carlos Matos Gomes)