O jornalista, escritor e realizador Luis Filipe Costa, 84 anos, morreu hoje em Lisboa. Recebeu vários prémios pela sua actividade na televisão e no cinema, mas ficará na história da comunicação em Portugal pela revolução que operou, na década de 60, na linguagem do jornalismo radiofónico. O corpo vai estar em câmara ardente nas instalações da SPA, na Rua Gonçalves Crespo nº 62, a partir das 17 horas de 4ª feira. Só poderão entrar 15 pessoas de cada vez, com máscara. O corpo sairá para cremação na 5ª feira, pelas 15 horas, para o Alto S. João. Também no cemitério haverá restrições à entrada (só 20 pessoas),
Luís Filipe Costa nasceu a 18 de Março de 1936 em Lisboa.
Trocou o curso da Faculdade de Economia [1] por uma carreira profissional na rádio [2]. Dirigiu o Serviço de Noticiários [3] do Rádio Clube Português [4] (RCP) que, na década de 60 [5], revolucionou o jornalismo radiofónico em Portugal.
“Durante mais de 15 anos, inova, troca as voltas à censura, dá identidade a um jornalismo até aí praticamente inexistente”, escreveu Cesário Borga num artigo sobre Costa [6] quando ele recebeu o Prémio Gazeta de Mérito, em 2017.
Recebeu o Prémio da Casa da Imprensa para o melhor radialista em 1966 e 1974.
Participou voluntariamente no 25 de Abril [7] lendo, ao microfone do RCP [4], os comunicados do Movimento das Forças Armadas [8].
Depois do 25 de Abril, transferiu a sua actividade para a RTP [9] onde realizou filmes de ficção, documentários [10] e peças de teatro [11]. O filme Morte d’Homem recebeu em 1988 o Grande Prémio do Festival de Cinema para Televisão de Chianchino (Itália) e o 2.º Prémio do Festival Internacional de Cinema da Figueira da Foz [12].
A série documental Há só uma Terra, que introduziu o tema da ecologia [13] na programação da televisão portuguesa, foi distinguida com o Prémio da Crítica do Diário de Lisboa [14].
Foi autor dos romances A Borboleta na Gaiola e Agora e na Hora da sua Morte.