O governo vai fazer uma “reavaliação”, o “mais depressa possível”, da candidatura de dois operadores privados a canais da Televisão Digital Terrestre, processo que está parado há meses.
Nuno Artur Silva, secretário de Estado do Cinema, Audiovisual e Media, justificou ontem no Parlamento a decisão com “um certo impasse na negociação da Altice [empresa que gere a TDT] em relação a esta plataforma”, com as mudanças “no panorama televisivo”, nomeadamente a compra da TVI pela Cofina, que detém o “Correio da Manhã” e a CMTV, e o aumento da oferta de streaming. “Parece-nos que esta nova situação dos media em Portugal e no mundo merece uma reavaliação da oferta da TDT em relação a estes dois canais.”
Ao que o “CM” apurou, em cima da mesa está mesmo a possibilidade de o governo voltar atrás e não atribuir as duas licenças disponíveis a privados. Nesse caso, a RTP Açores e a RTP Madeira poderão ocupar o espaço ainda existente na televisão gratuita, tal como foi proposto pelo Bloco de Esquerda no ano passado. Mas isso o governo não esclarece, pelo menos para já. A única certeza é que quer completar a oferta.
“A nossa vontade de ocupar o espaço existente no primeiro ‘multiplexer’ da TDT é absoluta e total, ou seja, não faz sentido haver esse espaço e ele não ser ocupado”, disse Artur Silva.
(Fonte: “Correio da Manhã” 21 janeiro 2020)