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Acusações de censura abalam Igreja Católica

Agência Ecclesia foi acusada de ter censurado comunicado da Arquidiocese de Braga.

O fecho da Rádio Sim e do Estúdio Regional de Braga da Rádio Renascença continua envolto em polémica. Mas o facto de a Agência Ecclesia ter demorado cinco dias a publicar o comunicado do arcebispo de Braga sobre o assunto causou a revolta de vários clérigos e outros membros da Igreja.

“Estamos no Estado Novo? A Agência Ecclesia a fazer censura ao arcebispo de Braga? Estão a defender os interesses de quem? Estão vendidos? Vendidos a quem?”, escreveu o cónego João Paulo Coelho Alves, chanceler da Cúria diocesana de Braga e reitor do Santuário do Bom Jesus, na sua página de Facebook, dando voz ao sentimento de revolta da arquidiocese.

Esta quarta-feira, também o arcebispo de Évora, D. Francisco Senra Coelho, se manifestou “triste” pela decisão do fecho da Rádio Sim, indicando que a arquidiocese alentejana não esteve envolvida em qualquer encontro ligado a esta decisão. A Renascença é detida pelo Patriarcado de Lisboa (60%) e pela Conferência Episcopal (40%).

Contactado pelo CM, Paulo Rocha, diretor da Agência Ecclesia, disse que “a Ecclesia não censura ninguém”, alegando que “o comunicado do arcebispo de Braga foi publicado quando conseguimos um enquadramento abrangente do caso”.

O presidente do Conselho de Gerência da Renascença, D. Américo Aguiar, disse que a descontinuação das emissões da Rádio Sim “não foi nem é uma decisão fácil”, assegurando compreender os “sentimentos de desacordo”.

(Secundino Cunha – “Correio da Manhã” 9 janeiro 2020)