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Um “reality show” chamado RTP

O reality show em que está a transformar-se a novela da RTP tem todos os ingredientes do género, incluindo as expulsões que se avizinham.
Como acontece em todo o reality show que se preze, há grupos que obedecem a uma estratégia comum. É o caso dos cinco directores que pediram a intervenção da ERC contra o Conselho geral e em defesa do Conselho de administração. Foram nomeados pelo CA, ao abrigo de um organograma que o CG não dá como aprovado.
Nos corredores da RTP diz-se que Alberto da Ponte tem o apoio de Marco António Costa, vice-presidente do PSD, e que a ponte é feita pelo director de informação, José Manuel Portugal. Será que a história se repete e Marco António também vai ter o seu Octávio?
Não se percebe o que esperam que a ERC faça. O Conselho geral é o primeiro responsável pelos conteúdos da RTP e está actuando no quadro dos seus poderes. Foi criado com a etiqueta de independente do governo, pelo que não se entende que possa estar subordinado aos juizos da ERC, uma entidade cujos membros foram designados por acordo entre PSD e PS.
Para não faltar nada, o ministro da tutela actua como “a voz” da Casa dos Segredos, repartindo missões e deixando no ar a hipótese de castigos.
Espero que, a exemplo do que acontece com os reality shows, tudo esteja terminado pelo Natal. Antes que, do serviço público, não fique pedra sobre pedra.

João Alferes Gonçalves

» Maduro espera recomendação para demitir Alberto da Ponte [1](“Expresso”)

» Directores da RTP pedem intervenção da ERC [2] (“Económico”)
» Administração da RTP diz que «cumpriu todos os deveres legais e estatutários» [3] (“Observador”)
» Administração da RTP recusa demitir-se e desafia Conselho Geral [4] (“Público”)
» Governo abre a porta à saída do presidente da RTP [5]
» Comunicado do Conselho Geral Independente da RTP [6](1 dezembro)