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Bélgica: Político executado antes mesmo de ser acusado

«A partir de agora, a execução precede a condenação», escrevem dois prestigiados juristas belgas, a propósito do caso do presidente do parlamento da federação Valónia-Bruxelas, Jean-Charles Luperto (PS), que foi constrangido a demitir-se, depois da revelação na imprensa de que era objecto de uma instrução judicial fundada em queixas por atentado ao pudor. Luperto ignorava completamente esse processo, cujos fundamentos contesta. «Passou pela guilhotina mediática, antes mesmo de saber o que a polícia e a justiça» queriam dele.
«O inquérito penal forma, com o trabalho jornalístico, um par infernal: por um lado, o simples facto de ser tornado público é suficiente para desonrar qualquer pessoa e, por outro lado, leva à indolência os jornalistas que podem contentar-se em dizer bem alto que lhes disseram baixinho (se se trata de fugas), ou de repetir o que os procuradores lhes entregam, sem se preocuparem em verificar ou recortar a informação. Acresce que cobrir o judiciário não custa caro, mas pode dar bons lucros, se se trata de factos que agitam a opinião pública ou de suspeitos célebres» — afirmam os juristas belgas.

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