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Milhazes por ele próprio

26 de Novembro de 2017


José Milhazes é tido por um perito sobre tudo o que acontece por terras da Rússia ou Moscóvia. Na nossa praça lusitana, no extremo Oeste da Europa, fazia falta alguém para nos informar in loco, com propriedade, sobre o que por lá se passa, passou ou passará. É a testemunha que faz falta aos Media nacionais para nos dar a pintura natural vermelha, branca e negra, primeiro pela voz e imagem, nas rádios e canais de TV, depois nas aventuras da escrita em jornais e livros.
Este texto é baseado na autobiografia política de J. Milhazes no livro «As Minhas Aventuras No País dos Sovietes» (Oficina do Livro, 2017), paródia do título do Tintim. O autor aparece na capa, de barbas brancas à Pope, bem agasalhado, fotografado em pleno inverno russo, na Praça Vermelha, com a Catedral de S. Basílio ao fundo.  (José Manuel Jara)

O autor narra a vida com o ideário do términus do seu longo périplo de 37 anos pelas terras da URSS e da Rússia.

Convida-se o leitor para uma pequena excursão por umas tantas páginas de José Milhazes, que tão gratuitamente nos oferece os seus trabalhos, fotografias e opiniões, para que possamos espreitar o interior de uma alma que andou à procura e acabou por encontrar-se.

 

Vocação sem vocação

 

Pág.ª 34 e Pág.ª35

«Após os exames que acabaram por não correr da melhor forma (…) decidi abandonar o seminário e regressar a casa. Por vezes perguntava a mim próprio se a minha vocação era realmente ser sacerdote, se tinha forças para me dedicar totalmente ao serviço missionário, para resistir à beleza feminina (…) e conclui que tinha de ir em frente. Por isso posso dizer que a decisão de abandonar a carreira eclesiástica foi uma decisão brusca, súbita (…). Tudo ficou decidido depois de um sonho. Vi-me num templo enorme, na presença de um ancião e longos cabelos e barbas brancas, semelhante à representação católica do Deus-Pai. Ele dirigiu-se a mim e disse-me: -“ Que fazes aqui? Este não é o teu lugar, o teu caminho é outro, segue-o.”

– “Mas eu quero continuar, sinto-me bem! – Retorqui, ao mesmo tempo que chorava.”

– “Não, segue outro caminho!” – Repetiu ele com uma voz paternal.

Eu que nunca fui dado a acreditar em sonhos, mas, dessa vez, não tive dúvidas.»

José Milhazes deixa o seminário que frequentou durante três anos. Como bom espírito, depois da longa caminhada que fez por tão ínvios caminhos, por entre tantas beldades russas e sendas ideológicas extremas, tão distintas da sua iniciação religiosa, diz: «Obrigado a todos os amigos e irmãos combonianos, muitos lhes devo na minha educação e formação”.

 

Conversão e inversão ideológica

 

Pág.ª 39

A adesão

«Por muito primitivo que possa parecer, a minha adesão rápida à ideologia comunista deveu-se a eu pensar ter encontrado nela respostas fáceis a perguntas difíceis, pois ela não só explicava a origem dos problemas sociais, numerosos dos quais a minha família, os meus amigos e a classe a que eu pertencia sentiam diariamente na pele, como também apresentavam receitas que pareciam bem reais, ao nosso alcance».

Pág.ª 45

 A bolsa de estudo

«Recordo-me que foi no dia seguinte um acampamento nas margens do Cávado, no dia 16 de Agosto de 1977, que o José Heliodoro me veio trazer a notícia de que tinha recebido uma bolsa de estudo na União Soviética

Depois, sempre que vinha de Moscovo à Póvoa de Varzim, era obrigatório um encontro com o Manuel Lopes para discutirmos a situação na União Soviética. Fomo-nos afastando ideologicamente, o Manuel continuava a ser um fiel e sincero adepto do comunismo, enquanto a experiência soviética derrubava as minhas últimas ilusões.»

Pág.ª 242

O Presidente Mário Soares, os tapetes caucasianos e o fato

«Não posso deixar de dizer que, durante as visitas a Moscovo, o Presidente Mário Soares sempre se interessou pela vida dos portugueses na URSS, nomeadamente dos estudantes. (…)

Numa das visitas do Presidente, José Milhazes presta-se a comprar para Mário Soares tapetes do Cáucaso e da Ásia Central, e atrasa-se para o encontro de Mário Soares com Boris Ieltsin, já na qualidade de repórter do Público. Diz não ter tido tempo de mudar de roupa e vai de sapatilhas e ganga…

Pág.ª 243

«Tudo correu bem e, à noite, durante a receção na embaixada, um dos assessores de Mário Soares dirigiu-se a mim para me transmitir um recado do Presidente: “ Ele diz que, se o Milhazes precisar de mandar fazer um fato, ele tem bons alfaiates em Lisboa para o aconselhar”. Não fiquei nada ofendido com ele. (…) Não deixei o conselho sem resposta: “Fiz tudo para que o Presidente pudesse comprar os tapetes e espero que goste deles. Quanto á proposta do alfaiate, vou pensar, embora não goste muito de fatos.”

 

Abandono sem olhar para trás

 

Pág.ª 244

«Foi por essa altura que abandonei o Partido Comunista Português. Cheguei a uma das reuniões dominicais da célula, pedi a palavra, e anunciei que deixaria de ser militante do PCP, por não concordar com a sua linha ideológica. O controleiro indicou-me que devia pedir a saída por escrito, o que eu fiz imediatamente. Depois, levantei-me e abandonei a reunião sem olhar para trás. Respirei de alívio, mas ao mesmo tempo, com alguma frustração na alma, pois tinha seguido durante 17 anos uma das mais cruéis ideologias do século XX.»

José Milhazes vive pouco mais de dez anos na URSS e continuou, depois, na Rússia pós-soviética mais de duas décadas, já com a instrução adquirida pela preciosa ajuda da bolsa soviética. Em vão se procura no livro qualquer comentário de reconhecimento pelo benefício que lhe foi concedido, e que veio assegurar o seu modus vivendi, pelos caminhos tortuosos da vida. Apesar de todos os males de que se queixa, russificou-se e desenrascou-se, sem precisar do fato de Mário Soares.

Qual o caminho que segue Milhazes agora? Desta feita, não precisou de nenhum patriarca para profetizar o seu destino, identificado talvez com aquela imagem do sonho da adolescência, que o desencaminhou. A personagem das barbas brancas…Si próprio.

 

Reconversão de um profissional

 

Pág.ª 219 e 220

Como se faz um jornalista

«Entretanto o lema da TSF, “ Vamos ao fim da rua, vamos ao fim do mundo”, tantas vezes repetido pela voz de David Borges, tornou-se também meu, mas por mero acaso. Nunca sonhei ser jornalista, mas o destino é imprevisível.

No Verão de 1989, visitei Portugal, eu e a minha família encontrámo-nos com Zita Seabra no Centro Comercial das Amoreiras, pois, na época, eu mal conhecia Lisboa. (…)

Quando a Zita chegou, perguntou-me se eu queria ser jornalista. Respondi-lhe que não tinha pensado muito a sério nisso, até porque a minha experiência era praticamente nula. Deixei a minha mulher e os meus filhos a verem montras no centro comercial (…) e subi com a Zita a uma das torres das Amoreiras, onde naquela altura estava instalada a redação da TSF.

Entrámos e ela apresentou-me a Emídio Rangel, perguntando-lhe logo a seguir se a TSF não precisava de um correspondente em Moscovo. Ele respondeu afirmativamente. “ Então tens aqui um, o Zé Milhazes”, pronunciou ela.

Fiquei um pouco atrapalhado, mas, quando Emídio Rangel me perguntou se eu queria trabalhar para TSF, respondi: “ Posso tentar, mas previno que nunca fiz jornalismo”. “ Não faz mal, isso aprende-se”, respondeu ele; nada de contratos, pagamento à peça, exclusividade e 24 horas de disponibilidade.

Regressei a Moscovo (…) O dia seguinte, 8 de Agosto de 1989, foi o dia do meu batizado como jornalista. O telefone tocou e foi-me pedida uma peça sobre a visita de Eduard Chvernadze ao Irão. (…)»

Era pegar ou largar. A bolsa soviética findara…As traduções para a Editora Progresso estavam em retrocesso, acabadas. Ganhar a vida! A mão prestimosa da Zita foi providencial, Zé Milhazes passava a ser o militante da sua causa, recruta contra a sua anterior causa. A “rápida adesão à ideologia comunista” antes de embarcar para a URSS, assume agora a forma expedita de adesão ao jornalismo, sem preparação, mas com a bênção da fada madrinha. Que interessa a competência jornalística? Se foi batizado  “jornalista”, já é isso mesmo. Convinha alguém que dissesse de lá o que “interessava”, naqueles tempos de convulsão.

Pág.ª 253

Carreira de jornalista, tradutor e “traditor”

«No dia 22 de Agosto (1991), tive talvez uma das minhas mais difíceis tarefas enquanto jornalista: traduzir em direto para a TSF a conferência de imprensa de M. Gorbatchov que durou cerca de 90 minutos. (…) Esses dias foram, talvez, dos mais importantes na minha carreira de jornalista. A única crítica que recebi de Emídio Rangel foi que não estava ser imparcial quando fazia afirmações como “este é o último prego no caixão do comunismo”, ao que respondi que iria tentar obter o máximo de objetividade (…).

Verdades dolorosas, tornadas indolores (1993)

«Mas o pior estava ainda por vir. No dia seguinte, 4 de Outubro, o mundo assistiu em direto, através da CNN, ao bombardeamento da Casa Branca, operação que matou e feriu um número até hoje indeterminado de pessoas. Sabia-se que a oposição a Ieltsin não era pera doce (eu, pelo menos não tinha a mínima simpatia por aquelas forças políticas), mas recorrer a tanques para a derrotar foi claramente um crime, uma demonstração de força (…). Boris Ieltsin venceu e este facto foi apresentado como o triunfo da democracia. Os governos ocidentais aplaudiram efusivamente uma das operações que mais contribuíram para desacreditar a democracia aos olhos dos russos.»

A testemunha ocular vê o que vê. Mas o problema está sempre do lado da interpretação. Os olhos dos russos não ficaram cegos pelos Media ocidentais que aprovaram o bombardeamento do Parlamento e o assassinato de deputados eleitos.

 

Pág.ª 281 e Pág.ª 282 e 283

“Revolução” Laranja e Praça Maidan, em Kiev (2004 e 2014)

«Eu comecei a seguir os acontecimentos em Kiev a partir de Moscovo, mas depressa compreendi a necessidade de ir para o centro dos acontecimentos. Porém trabalhava para três órgãos de informação portugueses, SIC, Público e TSF, e nenhuma das suas direções se decidia a enviar-me. Por fim telefonei a José Manuel Fernandes, que então dirigia o Público, e disse-lhe que tinha decidido ir para a Ucrânia, pois a situação estava a complicar-se. (…)

Rapidamente compreendi, até porque já tinha informações nesse sentido, que algumas organizações estrangeiras e ucranianas trabalhavam ativamente entre os manifestantes, mas também era evidente que a origem dos protestos era genuína. (…)

(…) fomos jantar a casa do meu amigo diplomata europeu, onde se encontravam alguns membros das organizações não governamentais ocidentais que tinham vindo acompanhar os protestos e, claro está, interferir nos seus resultados.»

José Milhazes salta da Revolta “Laranja”, em 2004, para o golpe de Estado da Praça Maidan, em 2014, de forma atabalhoada e imprecisa para o leitor menos atento. Mas faz as suas conclusões, com sombrios prognósticos para a Rússia:

Pág.ª 285

«A decisão da invasão da Ucrânia foi, talvez, a decisão mais errada e perigosa do Presidente russo, pois veio destruir muito do que já tinha sido feito na relação entre a Rússia e o Ocidente, nomeadamente pelas linhas da EU e da NATO. O futuro mostrará as consequências desta política externa agressiva.»

Ora, é bem sabido que foi o exército do regime implantado em Kiev, após o golpe de Estado de Fevereiro de 2014, que invadiu militarmente o Leste da Ucrânia, com milhares de mortos e feridos na população civil das regiões de Donetsk e Lugansk, que reclamavam uma grande autonomia. Não foi feita nenhuma prova minimamente credível de “invasão” russa desses territórios, que se defenderam por meios humanos próprios e derrotaram os agressores e promotores de uma guerra civil.

Pág.ª 285 e 286

Da tribuna radiofónica à conspiração tribunícia

«Não poderia terminar este capítulo sem escrever algumas palavras sobre o meu conflito laboral com a TSF. Depois de 15 anos de trabalho para essa rádio, em Janeiro de 2004, José Fragoso, quando assumiu a direção, propôs-me uma redução substancial do salário e a retirada de algumas despesas, o que tornava impossível a minha continuação em Moscovo como correspondente.

Recordo-me que ainda acrescentou que eu não fazia parte dos quadros e, por conseguinte, tinha outra hipótese senão aceitar. (…) Algum tempo depois a direção da TSF propôs-me um contrato de prestação de serviços válido por um ano com um salário superior ao que eu ganhava. (…)

(…) Recusei tão “farta” oferta e fui defender os meus direitos para o Tribunal de Trabalho. Depois de um longo processo, o juiz deu-me razão e obrigou a TSF a pagar-me uma indeminização. Contudo, para grande espanto meu, do meu advogado e de muitos amigos, os Tribunais da Relação e o Supremo deram razão à Controlinveste.

Naquela altura, não obstante Alfredo Maia, então presidente do Sindicato dos Jornalista, me ter prometido que este ia tomar uma posição face ao caso, pois eu estava sindicalizado e com as quotas em dia, nada fez. Posso estar enganado, mas semelhante posição só pode ter sido tomada por eu ter rompido relações com o Partido Comunista Português.

O reclamante “proletário” vai bater à porta do sindicato, à procura de uma desfeita publicitária e promocional, sem sucesso. E conforta-se com o fantasma da sua má-consciência de miliciano anticomunista para todo o serviço.

(…) Além dos cortes financeiros, uma das explicações que me foram transmitidas pela direção editorial foi que a Rússia não constituía uma prioridade informativa. Isto, quando começava a instabilidade que conduziu à invasão da Crimeia e do Leste da Ucrânia pelas tropas russas.

A notícia sobre a Crimeia e a Ucrânia já está dada, em primeira mão, segundo a versão russo-fóbica mais conveniente dos Media ocidentais. Convém credenciar o currículo ideológico para continuar a faina, por lá ou por cá. É a vida…

 

A luta pela vida e os seus equívocos

 

Pág.ª 321 (capítulo 24-Em jeito de conclusão)

O destino

«Posso dizer que não tenho razões para me queixar do destino. Só lamento não ter encontrado ainda as contas bancárias onde, segundo alguns dizem, está o dinheiro que me foi pago por várias organizações de espionagem estrangeiras. (…) Tive a oportunidade de passar por diferentes realidades sociais e políticas, o que me permitiu alargar a minha visão do mundo, evoluir como pessoa.»

Foi grande a obra de evolução desta personagem. Não tinha vocação para as línguas, mas aprendeu o russo e traduziu uns tantos livros. A bolsa de estudos da URSS permitiu-lhe fazer uma “tese” (inédita?) sobre a política agrária de Catarina II. Sobreviveu a uma tuberculose pulmonar, sendo tratado eficientemente e gratuitamente num hospital especializado de Moscovo, por sorte, ainda no período soviético. Não fez o curso de jornalismo, mas por inclinação nata tornou-se correspondente da TSF, do Público e da SIC. É uma personalidade da comunicação, uma espécie de jornalista que esteve no “frio” ou que “veio do frio”, convocado oficiosamente sempre que é preciso um “perito” sobre o lado de lá, entre as estepes e a tundra.

 

Pág.ª 275

Trabalho americano muito bom e pro bono

«Em Julho de 2009, fui convidado pela Rádio Svoboda (Liberdade), órgão de informação em russo financiado pelo Congresso dos Estados Unidos, para ir a Grozni entrevistar Kadirov. Nessa rádio, eu participava, sem receber qualquer tipo de remuneração, num programa chamado “Frente a frente”, onde um jornalista russo e um jornalista estrangeiro conversavam com figuras russas da vida política, cultural, religiosa, etc. Foi um programa marcante na minha carreira de jornalista (…).

O jornalista Milhazes é pessoa desprendida, age desinteressadamente, em especial quando os Media correspondem ao grande manancial económico do dólar. Outro galo canta quando faz contas com as nossas (portuguesas) modestas empresas de comunicação. Cortesias para vender a imagem? No seu livro vai semeando anedotas “russas” para temperar a sua prosa com um humor local. Eis a que intercala na sua “viagem à Chechénia:

Um inspetor fiscal pergunta a um cidadão: -Onde arranja o dinheiro?- Não sei, Alá dá. -Mas que raio de justificação é essa? – Então prove que não foi Alá! -Mas você perdeu a vergonha?- Se Kadirov pode receber, porque é que eu não posso?» Pág.ª 279

No comments!

 

Fim da estória e regresso à pátria

Pág.ª 322 e 323

Credenciação no Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia

«No início de 2015, fui renovar a minha credencial no Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia e senti que algo estava a mudar na relação com os correspondentes estrangeiros. (…) Apresentei todos os documentos que sempre foram necessários, nomeadamente o contrato de prestação de serviços com a SIC e fiquei à espera da nova credencial. Duas semanas depois da entrega dos documentos, fui chamado ao MNE russo. (…) Á minha frente estava um homem com cerca de trinta anos que se apresentou como advogado do ministério. Tinha a seu lado um grosso dossier que, imagino eu, deveria conter materiais relativos á minha pessoa. Começou por fazer perguntas sobre a SIC, a que eu respondi com todo o pormenor (…) Depois passou a fazer perguntas sobre o Dr. Pinto Balsemão. (…)

Depois de uma conversa de cerca de 90 minutos, fui informado de que ia receber uma credencial válida, não por 12 meses como era costume, mas apenas por seis. Respondi apenas: “ Assim seja!”

Isto é só um dos exemplos que mostram que a Rússia de Vladimir Putin se torna cada vez menos respirável do ponto de vista da liberdade de expressão e informação. (…)»

José Milhazes já tem uma memória acumulada de factos e ideias para prosseguir a sua lavra, fazendo de contas que continua por aquelas terras. Antes que se torne (ou já é?) persona non grata na Rússia, decide regressar a Portugal.

Créditos próprios para continuar a andar

«O mundialmente famoso escritor russo Lev Tolstoi escreveu que “o patriotismo é o último refúgio dos canalhas”(…)»

Não é por esse motivo que Milhazes merece esse epíteto de Leão (Lev) Tolstoi. Depois de tantas décadas na Rússia não adotou esse grande país como o seu em nenhum aspeto. Continuou sempre estrangeiro, ditando o seu discurso político como mercadoria de exportação ao gosto do patrocinador.

«Por essas razões, e também porque 38 anos já era muito tempo, decidi regressar ao meu país, onde tento integrar-me novamente, tentando aprender a andar de novo no solo pátrio.»

José Milhazes “repatriado”, vai continuar a pregar o que mais convém para ganhar a vida, com aquele sentido de oportunidade que o seu andamento revelou.

 

17 De Novembro de 2017       

José Manuel Jara

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