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A crise dos jornais e dos reguladores

3 de Dezembro de 2019


O Sindicato dos Jornalistas promoveu nestes dois dias (ontem e hoje) um amplo debate sobre o papel do Estado no financiamento dos jornais. O tema, que tem vindo a ser abordado, desde há mais de um ano, pelo Presidente da República, que manifestou repetidas preocupações com a dramática crise dos jornais e do jornalismo em Portugal, ligando-a com reais perigos para o futuro da democracia, tem-se mostrado complexo e sensível. (Vítor Serpa)

É verdade que, em diversos países europeus, há muito que o Estado apoia financeiramente os jornais, quer através de apoios à distribuição, quer em apoio direto à leitura, em especial, da faixa etária dos estudantes. Em Portugal, porém, talvez pela memória da estatização dos diários, no pós 25 de Abril, há quem levante dúvidas sobre as questões da independência do jornalismo e da liberdade dos jornalistas.

Não me parece ser, esse, um problema maior do que o da falta de independência e de liberdade dos jornais e dos jornalistas num tempo de sobrevivência, às vezes, mesmo, próximo de um salve-se quem puder.
O financiamento do Estado ao bem público deve ser criterioso e feito com
o maior rigor, sobretudo quando se trata do universo privado dos media, mas é decididamente necessário, sobretudo em países de maior iliteracia e de menor número de habitantes.

Dito isto, não é menos importante a mudança radical da atitude imobilista e não raras vezes hipócrita das entidades reguladoras do setor, que consentem e, não raras vezes, pactuam com todo o tipo de concorrência desleal, na defesa de interesses particulares, em relação aos quais são, mais do que submissos, subservientes.

Vítor Serpa – “A Bola” – 3 dezembro 2019

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