A empresa pública RTP/RDP conseguiu um furo jornalístico de grande qualidade que só pecou por tardia: entrevistar Lula na prisão. Em Portugal, onde tantas emissoras de rádio e televisão privadas existem (e jornais escritos nem se fala), o serviço público marcou pontos, mostrando a sua razão de existir: informação de qualidade. (RC)

Só não entendo por que razão tal iniciativa não surgiu há muito mais tempo na cabeça de qualquer responsável dos media nacionais. É certo que Lula não joga futebol nem se compara a Jorge de Jesus. E também não é cantor. Nem charlatão. Mas que diabo, já há muito que entre jornalistas reformados como eu –  mas que mantêm o saudável hábito de tertúlias várias – essa questão tinha sido abordada e a estranheza era, pelo menos, do tamanho da Amazónia.

Sejamos positivos: mais vale tarde do que nunca. A empresa pública, finalmente, via Paulo Dentinho,  foi ouvir Lula à prisão. Com o grande profissionalismo e qualidade a que Dentinho já nos habituou – de resto na sequência do que já fizera com o Presidente sírio Bashar al-Assad, com Kadafi, com Sissi (Egipto), Erdogan, Rabin –  pelo menos que me lembre neste momento. E já nem falo dos numerosos e belos trabalhos feitos em Paris quando aí era o correspondente da RTP.

Ribeiro Cardoso

 Imprima esta página