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Artigo de Ana Sá Lopes no “Público” – o thatcherismo de aviário

19 de Agosto de 2019


A jornalista Ana Sá não faz mesmo ideia do que foi o thatcherismo….! E a direção do Público, para a enxovalhar, estampa a sua ignorância nas suas páginas! (Carlos Matos Gomes)

A jornalista não faz ideia de que foi o thatcherismo que criou sindicatos à la minute, ou amarelos, apoiados e financiados pelas organizações patronais para combater os sindicatos tradicionais do Labour,. Presumo que, com este conhecimento da história do neoliberalismo imposto pela dupla Thatcher-Reagan o próximo artigo da jornalista seja sobre a terra plana…

Onde raio terá a senhora visto alguma legislação aqui em Portugal do tipo daquela que foi o programa de Thatcher, os Employment Acts, o Trade Union Act, a Trade Union Reform e o Employment Rights Act. Era de ler. Por exemplo, só com mais de dois anos de trabalho os trabalhadores tinham direito a reclamar por despedimento por justa causa e a exigir uma justificação para o despedimento e uma indemnização!

A jornalista não faz ideia do que foi a Revolução Inglesa, nem leu os Tempos difíceis de Charles Dickens, não sabe que ainda nos anos 70 e 80 em Inglaterra era legal o trabalho de menores (trabalho infantil).O que faz Thatcher? Acaba com a proteção a menores nos locais de trabalho e nos Conselhos de Salários!

Quanto aos sindicatos, o programa incluía ações que nem este sindicato do doutor Pardal Henriques, nem qualquer dos sindicatos portugueses quer ouvir falar, nem qualquer governo se atreve a enunciar sob pena de ser acusado não de tatcherista, mas de fascista.Alguns até parecem de senso comum. Como criar condições aos associados para controlarem as atividades dos seus sindicatos, ou impedir que o associado de um sindicato não seja punido por não aderir a greves ( e isso acontece aqui e com total impunidade e nem António Costa e nem qualquer governante instaurou a política tatcheriana de defender os trabalhadores discordantes); ou proibir a greve de solidariedade e regular a ação dos piquetes, ou impor normas para a eleição dos dirigentes sindicais e fiscalizar o seu cumprimento, por exemplo. Thatcher, exatamente ao contrário de Costa, estimulou o aparecimento de sindicatos de abrir e fechar, criados à medida das necessidades para combater os sindicatos do Labour, muitos deles apoiados e financiados pelas organizações patronais e outras… Utilizou sindicatos como este do Pardal Henriques para fazer contra-greves…. Se neste processo existe qualquer coisa de tatcheriano é exatamente a utilização destes sindicatos fantasmas para limitar direitos e atacar o estado social.

Estão à venda por aí vários livros sobre Thatcher e tatcherismo… sobre a história da Revolução Industrial e da revolução Inglesa, sobre o neoliberalismo e o modo como foram utilizados meios obscuros para diminuir os direitos sociais…

Este processo, como o designa a jornalista se teve alguma virtude terá sido a de revelar a serpente escondida no ovo de dito sindicato dos combustíveis. Veremos qual será a próxima. A estiva e os maquinistas de caminho de ferro são clássicos meios de incubação. Vem nos livros de história.

Discordar de ações políticas tem de ser uma atividade intelectualmente honesta

Carlos Matos Gomes (no Facebook)

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