A nossa deliciosa RTP propõe-nos um telejornal das 20h00 com 32 minutos iniciais feitos quase exclusivamente de “diretos” !Só que, em matéria de informação, os “diretos” raramente se impõem e são raramente jornalismo : são antes canalização de todas as instrumentalizações de espertalhões e organizações que muito curiosamente têm precisamente declarações a fazer mesmo à hora do telejornal. Em “direto”… (Nobre-Correia)

Em “direto”, de maneira a que ninguém, nenhuma redação, possa proceder a um verdadeiro trabalho de jornalismo, com registo de imagens, seleção, hierarquização, montagem de sequências e gravação de relato de jornalistas(s) em voz off.

Depois, sequências de documentação, interpretação e análise : nada ! São démarches jornalísticas que implicam trabalho. Mais trabalho do que se pôr em frente de uma câmara de televisão e estender o micro a quem passa ali ao lado. Ou a quem se pôs precisamente ao lado do “repórter” (que aliás muito raramente fez que quer que fosse como reportagem) para ser entrevistado…

Em resumo : um jornalismo que não cansa, mas que instrumentaliza ! Pobre país que tal televisão pública tem !…

J.-M. Nobre-Correia (no Facebook, 12 agosto 2019)

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