O que há de espantoso, depois do que aconteceu ontem em Alcochete com as gentes do Sporting, é que os jornalistas e os seus média não se põem em questão! (J.-M. Nobre-Correia)

Não se interrogam sobre esta maneira propriamente delirante e constante como tratam o futebol, o tempo e as páginas que lhe consagram, os acontecimentos e simples factos a que dão importância, o tom oral e escrito
que utilizam para falar dos assuntos do futebol, dos encontros futebolísticos, dos treinadores, dos presidentes, dos jogadores, dos adeptos, dos autocarros dos jogadores e dos respetivos séquitos, dos hotéis dos jogadores, das chegadas dos jogadores aos aeroportos, das chegadas dos adeptos aos estádios, das entrevistas absurdas de quem entra e de quem sai dos estádios, das lesões, dos casamentos, dos filhos, dos carros… Um fartote até à náusea !
Admiremo-nos depois que esta cultura do futebol sirva de tema obrigatório das conversas no trabalho como na vida social dos cidadãos. Admiremo-nos depois que a dita "cultura" sirva tragicamente de modelo para os debates políticos como para a agressividade social reinante neste triste país !…

Facebook – 16 maio 2018.

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