A chamada “crise da imprensa” (explicação para todos os desastres editoriais, independentemente da diversidade das causas) é uma caixinha de surpresas. Contra a corrente de opinião que anda, há quase vinte anos, a profetizar o fim do papel, multiplicam-se os exemplos de novos projectos que apostam em edições impressas. O mais recente é o semanário “Ebdo”, que acaba de ser lançado em França com uma tiragem de 200 mil e sem publicidade. Os editores esperam atingir o equilíbrio financeiro no fim de 2019, tendo como objectivo 70.000 assinaturas e 20.000 exemplares vendidos por número. Objectivo compatível com a dimensão do mercado.
Em Portugal, onde as vendas da imprensa estão em queda contínua há anos, Luis Delgado mostrou, ao comprar os títulos da Impresa, que não espera para amanhã o fim do mundo do papel.
Os próximos cinco anos irão trazer um crescimento exponencial do digital, mas, ao contrário do que muitos profetizaram precipitadamente, parece que também continuarão a fazer correr muita tinta. (JAG)

» O novo jornal “Ebdo” destapa-se (“Le Monde”)
» “Ebdo”

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