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CJ na TV: Palavras necessárias

Por decisão da RTP, este foi o último programa “Clube de Jornalistas”. Termina assim esta fase da nossa colaboração com a estação pública de televisão.

O Clube, que existe há 26 anos-e vai, seguramente, existir durante muitos mais – já na década de 80 teve um programa de entrevistas na RTP 2 que durou largos meses.

Em Janeiro de 2004, no âmbito da abertura deste canal à chamada Sociedade Civil, voltámos ao ecrã, desta vez com um programa destinado exclusivamente a analisar e a debater o jornalismo que se faz entre nós. Foi uma ideia nossa e constituiu um espaço inédito na televisão nacional.

Ainda nesse ano, a credibilidade do nosso trabalho e do nosso espaço foi reconhecida publicamente: o Clube de Jornalistas foi a única instituição que conseguiu juntar num debate televisivo os então candidatos a Primeiro-Ministro, José Sócrates e Santana Lopes.

Durante estes seis anos de trabalho apaixonado e totalmente gratuito fizemos 197 programas, por onde passaram mais de 500 convidados e divulgámos outros tantos depoimentos.

Sempre na mesma linha, este programa, que para nós foi um efectivo serviço cívico e um espaço de liberdade, nunca discutiu o jornalismo em circuito fechado.

Temos também uma perspectiva crítica da nossa profissão e, para além de centenas de destacados jornalistas do nosso país, aqui estiveram, dando a sua opinião, numerosas personalidades de relevo de várias profissões e quadrantes ideológicos.

Por fim, alguns agradecimentos:
– à Escola Superior de Comunicação Social de Lisboa, que desde a primeira hora nos cedeu, gratuitamente, os meios técnicos e humanos necessários para filmar e editar as imagens de centenas de depoimentos que recolhemos por todo o país;
– aos trabalhadores da RTP que ao longo destes seis anos puseram o programa no ar e nos aceitaram como se fôssemos da casa;
– aos responsáveis da estação pública que tornaram o programa possível;
– e muito especialmente a si, que nos viu e ouviu ao longo de anos e foi a razão de ser deste programa.
Permitam-nos ainda expressar uma convicção profunda: a discussão livre e plural do jornalismo – profissão estruturante em qualquer democracia – deve ter lugar cativo, neste ou noutros moldes, na programação de uma estação pública de televisão.
Para todos, uma boa noite.

(Texto do Clube de Jornalistas lido no programa de 16 de Dezembro de 2009)