O programa Prolongamento, da TVI24, deixou de ser um espaço de comentário desportivo para se transformar num “reality show”, com a entrada de uma patética figura que representa os pontos de vista do Benfica. O sujeitinho não deixa falar os seus interlocutores e usa todas as técnicas da subversão argumentativa, chamando-lhes mentirosos, atribuindo-lhes intenções ocultas, fugindo ao cerne da discussão e recorrendo a fórmulas insultuosas, com a complacência do moderador do programa. Um moderador que mostra não ter capacidade para aplicar as regras básicas de um programa de televisão, como, por exemplo, impedir que o sujeito em questão fale sistematicamente sobre as intervenções dos seus parceiros de programa, numa berraria que incomoda e não deixa os telespectadores perceberem o que se diz.
Mais grave do que isso, a TVI permitiu que o dito sujeito retirasse ao programa qualquer ângulo didáctico e instalasse um ambiente de guerrilha permanente contra a direcção do Sporting, mandando às urtigas todas as campanhas de “fairplay” e todos os apelos à pacificação do espectáculo desportivo.
A persistência neste estilo de “reality show” leva-me a admitir que talvez a TVI esteja convencida de que isso pode trazer-lhe benefícios comerciais. Se assim for, ponham, ao menos, a Teresa Guilherme a moderar, aproveitando a sua experência com a fauna das casas dos segredos. (JAG)

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