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“Quem lê jornais (ainda) sabe mais?”

12 de Outubro de 2016


Esta pergunta, curiosa e cheia de actualidade, é o tema de um debate que se realiza amanhã, dia 14, pelas 18 e 30, na sede da Sociedade de Instrução e Beneficência A Voz do Operário, com a participação dos jornalistas Ribeiro Cardoso, Humberto Costa e Gustavo Carneiro. A iniciativa é do histórico jornal “A Voz do Operário”, que está a festejar o seu 137º aniversário – foi fundado em 11 de Outubro de 1879 pelos operários manipuladores do tabaco – mas continua atento à realidade em que todos estamos mergulhados.

A origem de a Voz do Operário

A Sociedade de Instrução e Beneficência A Voz do Operário nasceu num contexto histórico que, em grande parte, constitui a causa que preside à sua fundação. Um movimento operário em ascensão, num tempo marcado pela luta contra a monarquia, em que republicanos e socialistas obtêm o apoio significativo das classes laboriosas e cujos ideais não só encontram eco junto destas como as mobilizam para a transformação e a mudança.

Em Portugal, a indústria tabaqueira era, no terceiro quartel do século XIX e segundo o historiador Armando de Castro, aquela que geria o maior volume de negócios. Geradora de lucros volumosos, a indústria dos tabacos despertava o interesse de investidores e, em pouco mais de uma década, o crescimento industrial acelerado deu origem a quase uma vintena de fábricas que empregavam perto de cinco mil operários, na sua grande maioria tarefeiros e jornaleiros. Ao aumento da produção não está porém associado o aumento do consumo e, em 1879, uma dura crise atinge a indústria tabaqueira, originando um forte desemprego e agravando as já difíceis condições de vida dos operários da manufactura do tabaco. Sucedem-se as greves e as manifestações, das quais os jornais da época vão dando conta, embora quase sempre, na perspectiva patronal.
Será, aliás, a recusa de um título de então em publicar uma notícia sobre as condições de vida dos operários tabaqueiros que estará na origem da criação do jornal ‘A Voz do Operário’. Custódio Gomes, operário tabaqueiro, indignado com a recusa de publicação da referida notícia terá, segundo a tradição, afirmado que “soubesse eu escrever que não estava com demoras. Já há muito que tínhamos um jornal. Bem ou mal, o que lá se disser é o que é verdade. Amanhã reúne a nossa Associação, e hei-de propor que se publique um periódico, que nos defenda a todos, e mesmo aos companheiros de outras classes”.

A Voz do Operário hoje

Nos dias que correm, a Voz do Operário mantém diversos tipos de actividades disponíveis, servindo não só os seus cerca de 5.000 sócios, como a população da zona da Área Metropolitana de Lisboa em que está inserida.
Ao todo, frequentam os Espaços Educativos de A Voz do Operário – Graça (sede), Ajuda, Restelo, Baixa da Banheira, Lavradio e Laranjeiro – cerca de 1.000 crianças e jovens, desde a creche ao 6.º ano de escolaridade.
A actividade cultural e associativa estende-se às mais diversas áreas, desde o desporto, à música, cinema, teatro, etc. As actividades de serviço social têm vindo a crescer e a atrair novos utentes os quais usufruem de respostas como o Serviço de Apoio Domiciliário, Centro de Convívio de Idosos ou o Gabinete Médico.

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