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A ditadura mediática

28 de Setembro de 2015


A deriva à direita do sistema mediático europeu já tem mais de duas décadas, mas a trajectória acentuou-se neste século com a intervenção acelerada do capital financeiro. Bancos, holdings, multimilionários, têm adquirido posições dominantes nos media um pouco por toda a Europa. As consequências são conhecidas: concentração empresarial, despedimentos, substituição de directores, encerramento de publicações, inflexão editorial à direita, orientação populista de conteúdos.

Os serviços públicos de rádio e televisão não têm sido poupados. O governo de direita que levou a Grécia ao desastre chegou ao ponto de encerrar a rádio e a televisão públicas, para eliminar um fluxo informativo rigoroso e independente.

O conceituado investigador Vicenç Navarro alerta para o facto de nenhum dos principais media de Espanha ser de esquerda ou de centro esquerda. O mesmo acontece em Portugal.

Em França, estão à vista os resultados da ofensiva financeira. O grupo L’Express está debaixo de fogo de Patrick Drahi e só a redacção do magazine que lhe dá o nome vê sair 40% dos trabalhadores. Enquanto isso, outro multimilionário muito activo no sector dos media, Vincent Bolloré, tomou conta do Canal+, que adoptou em poucas semanas uma orientação “simpática” para com a FN de Marine Le Pen.

A estes factos e opiniões junto dois textos de José Pacheco Pereira e Joaquim Vieira, que ajudam a entender a realidade portuguesa. É, sem dúvida, uma discussão em aberto, mas incontornável.

João Alferes Gonçalves

» La dictadura mediática en Catalunya y en España (Vicenç Navarro)
» [intlink id=”11562″ type=”post”]É mau, mas quem é que quer saber?[/intlink] (José Pacheco Pereira)
» [intlink id=”11559″ type=”post”]A comunicação social deixa transparecer alguma orientação partidária?[/intlink] (Joaquim Vieira)
» Maïtena Biraben et le FN : derrière le dérapage, un changement de ligne? (“Le Monde”)

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1 Comentário »

  • Manuel Rodrigues said:

    Caros Amigos

    Quero referir-me, apenas, ao nosso caso, o português, porque é nos Media que operam em Portugal, e nas relações laborais, que são evidentes, e já bem vincados, traços de características fascistas.
    Desde a propriedade á nomeação de administrações e direcções, à selecção de formadores de opinião, à programação informativa e de entretenimento, é evidente que só há uma “verdade” e uma “cultura”. A futebolização, não a da prática da modalidade, mas a da vida nacional, intervalada por telenovelas, vai fazendo o seu caminho, em minha opinião nada inocente.

    Continuação de bom trabalho e

    Um Abraço

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