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Jornalistas da Cofina fazem lista para a Comissão da Carteira

20 de Fevereiro de 2015


É a primeira vez que a eleição dos representantes dos jornalistas para a CCPJ tem uma lista composta em exclusivo por pessoas de apenas um grupo de media.

Os jornalistas da Cofina decidiram apresentar uma lista própria no processo de eleição dos representantes dos jornalistas na Comissão da Carteira Profissional de Jornalista (CCPJ) para o triénio 2015/2018. As eleições estão marcadas para 4 de março.

Segundo confirmaram ao Expresso os serviços da CCPJ, além da lista habitualmente apresentada pelo Sindicato dos Jornalistas, desta vez irá também a votos uma lista composta em exclusivo por jornalistas do grupo que detém o “Correio da Manhã”, a “Sábado”, o “Record” e o “Jornal de Negócios”.

Segundo os dados da CCPJ, desde 2005, ou seja, nos últimos três atos eleitorais, apenas numa ocasião, em 2008, houve outra lista que não a indicada pelo SJ. Também segundo os serviços da Comissão, “nunca concorreram a atos eleitorais anteriores listas compostas por pessoas de apenas um grupo de comunicação social”.

Miguel Alexandre Ganhão, subchefe de redação do “Correio da Manhã” e primeiro nome na lista de jornalistas da Cofina, justifica esta decisão de ir a votos com o objetivo de romper com “a tradição de haver apenas uma lista única a concorrer” às eleições para os representantes da classe na CCPJ.

“Já há algum tempo que entre nós, jornalistas da Cofina, discutíamos esse assunto e não percebíamos porque é que não havia alternativa. Começámos a falar entre nós, vimos que a ideia de avançar com uma lista própria tinha pés para andar e decidimos fazer esta lista”, resume.

Miguel Ganhão diz que a exclusividade de jornalistas da Cofina é “uma coincidência” resultante da proximidade profissional entre as pessoas que lançaram a ideia de criar uma lista e as que aderiram à mesma. “Quando a coisa começou a ganhar forma e as pessoas começaram a envolver-se no projeto, pensámos que não fazia sentido ter de estar a criar quotas com pessoas de outros grupos e acabar a excluir gente que tinha manifestado interesse em aderir”, diz.

“Por acaso estamos todos na Cofina, mas daqui a uns tempos podemos estar a exercer a profissão noutro lado. O que está aqui em causa é que somos todos jornalistas e queremos apresentar uma alternativa”, acrescenta, antes de recusar qualquer associação entre este movimento e os processos de que tem sido alvo o “Correio da Manhã”.

“O que nos motiva é apresentar uma alternativa à classe de jornalistas e tentar mudar a forma como as pessoas olham para a CCPJ”, diz, remetendo para uma fase posterior a divulgação do programa desta lista, que tem também entre profissionais da Cofina a “esmagadora maioria” das 118 assinaturas que formalizaram a candidatura.

Por parte do Sindicato dos Jornalistas (SJ), a presidente Sofia Branco  recusa comentar a composição da lista concorrente e sublinha apenas que “é muito saudável que existam pelo menos duas listas concorrentes em quaisquer eleições”.

Sobre a composição da lista proposta pelo SJ, que é encabeçada pelo jornalista e professor universitário Jacinto Godinho, Sofia Branco assume ter existido a preocupação de ter “uma lista transversal”, com profissionais de “empresas públicas e privadas”, jornalistas desempregados e também fotojornalistas. A lista mantém alguns nomes que já integram a CCPJ, com o objetivo de “misturar experiência com pessoas novas” e “assegurar a transição de conhecimentos” sobre o funcionamento da Comissão.

Os regulamentos da CCPJ estipulam que este organismo é composto “por oito elementos com um mínimo de 10 anos de exercício da profissão de jornalista e detentores de carteira profissional”, “designados igualitariamente pelos jornalistas profissionais e pelos operadores do sector”, aos quais acresce “um jurista de reconhecido mérito e experiência na área da comunicação social, cooptado por aqueles, que preside”.

A nomeação dos quatro elementos representantes dos operadores do sector é feita “pela confederação de associações dos meios de comunicação social” ou “pelas associações do sector com maior representatividade”. Já a nomeação dos quatro jornalistas é feita através das eleições organizadas pela CCPJ, sendo apuramento dos mandatos feito segundo a média mais alta do método de Hondt.

De acordo com os dados da CCPJ, constam dos cadernos eleitorais 5706 jornalistas com carteira válida. Eis as duas listas admitidas pela CCPJ às eleições, que se realizam a 4 de março:

 

LISTA A – PROPOSTA PELO SINDICATO DOS JORNALISTAS

MEMBROS EFECTIVOS

1.       Jacinto Godinho – C.P. 1339 (RTP)

2.       Paulo Martins – C.P. 880 (Regime Livre)

3.       Rosária Rato – C. P. 1138 (Agência Lusa)

4.       Pedro Miguel Madeira – C.P. 2209 (ex-jornalista do Público)

 

MEMBROS SUPLENTES

1.       Ana Carrilho – C.P. 1035 (Rádio Renascença)

2.       Ana Baião – C.P. 1286 (Semanário Expresso)

3.       Tolentino de Nóbrega – C. P. 331 (Jornal Público – Madeira)

4.       António Marujo – C.P. 1292 (ex-jornalista do Público)

 

 

LISTA B – PROPOSTA POR 118 JORNALISTAS

MEMBROS EFECTIVOS

1.       Miguel Alexandre Ganhão – C.P. 2373 (Jornal Correio da Manhã)

2.       Fernando Sobral – C.P. 2083 (Jornal de Negócios)

3.       Myriam Gaspar – C.P. 2733 (Revista Sábado)

4.       Miguel Pedro Vieira – C.P. 2772 (Jornal Record)

 

MEMBROS SUPLENTES

1.       Cristina Ferreira de Almeida – C.P. 2920 (Correio da Manhã TV)

2.       Guilherme Venâncio – C.P. 764 (Revista Sábado)

3.       Luís Pedro Sousa – C.P. 2794 (Jornal Record)

4.       Ricardo Tavares – C.P. 1452 (Jornal Correio da Manhã)

 

Adriano Nobre  – Expresso Diário, 29 janeiro 2015 

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